quarta-feira, 1 de fevereiro de 2017

O começo de tudo

Pra situar vocês na história toda, vou contar do primeiro trauma: A GRAVIDEZ TUBÁREA.

Cara, não desejo isso pro meu pior inimigo!!

Já estávamos tentando engravidar a 1 ano. Viajamos de férias pra Indonésia e quando voltamos tive um febrão de uns 39 graus no dia da chegada.

Os dias foram se passando, voltei pra minha rotina. Nessa época eu dava aulas de Pilates Contemporâneo e fazia aula de tecido acrobático. Lembro que no fim de semana antes do caos se estabelecer eu fiz aula de tecido na sexta, corri 6km no sábado, fui à praia e brinquei muito no domingo.

É disso que eu gosto
Tava sentindo umas coisas diferentes, minhas mamas inchadas, meu quadril mais largo, enjoos matinais (gente, não querer comer é um sintoma grave no meu caso). Mas, como eu tinha menstruado normalmente nos meses anteriores e nesse bendito mês tinha saído uma borra cor de café, entendi como um prenúncio do que vinha por aí. 

Segunda dei várias aulas de Pilates, mesmo sentindo muitas cólicas, mas meu bem, sou forte pra ca&¨$#lho!! Nesse bendito dia, no fim do dia,fui pra casa me sentindo muito mal. A dor era realmente insuportável.

Não teve força que aguentasse a dor
Como tenho pai médico e ginecologista, liguei pra ele imediatamente. Ele disse que eu poderia estar abortando. Mandou fazer repouso absoluto, colocar ultrogestan e fazer um beta no dia seguinte.

E voilà! Painho estava certo! O beta deu positivo e mesmo com a possível perda  do meu bebê, nós comemoramos muito essa gravidez!!

Fiquei 1 semana deitada. Só levantava pra fazer xixi e tomar banho. Tentei inúmeras vezes marcar minha médica, que sabia que eu estava querendo engravidar (fiz todos os exames pré gravidez e deu tudo ó! Normalíssimo! Vai lá e dá, minha fia!! Eu fui, né?), mas a filha da mãe da secretária dizia que não tinha vaga.

Fui um dia com dor e tudo e fiz plantão lá no consultório. Mas dei azar que o pai da médica morreu naquele dia e ela não foi. Resolvi então ir numa emergência, porque queria muito aquele bebê e o sangramento continuava aumentando.

Aí as coisas começaram a mudar. Fui atendida por um médico maravilhoso que me acompanha até hoje. Ele me pediu um US. Achei que ia ser o dia mais feliz da minha vida. Meu marido foi pra lá pra vermos nossa sementinha na telinha pela primeira vez... Aí a técnica enfia aquela porra gelada em mim, olha, mexe, empurra, calma aí, pô, e diz:

- Querida, seu útero está gravídico mas não tem nada nele!


Pensa num susto. Mandei na lata: 

- Quiridinha, tem que tá aí! Meu beta deu positivo. Olha direito, sua idiota!!!

E aí ela começou a falar em tubárea, gravidez ectópica, e eu já não ouvia nada além dos dedinhos do meu marido estalando... acabou,,,

Mas tava loooonge de acabar, viu?

Foi mais uma semana de aperreio. Confirmada a tubárea (através de US com um médico especialista), fiquei fazendo beta de 2 em 2 dias pra ver se ele diminuía e eu fugia da cirugia. Mas baby, era meu filho, ele sabe se prender e se pendurar! O beta não diminuiu! E eu gostava de disso! Loucaaaaaa... Iniciamos o processo pra cirurgia. Fiz uma videolaparoscopia meio de emergência. O médico era proctologista!!! Mas gente, moro no interior e eles não autorizaram eu viajar pro Rio de Janeiro, então, se só tem tu, vai tu mesmo!!

O primeiro susto que tomei quando a cirurgia acabou foi ver que a cicatriz era do lado esquerdo. Comecei a chorar e gritar que tinham errado o lado!! Só acalmei quando o médico veio me explicar que não era nada disso. Que ele tinha tirado a trompa direita. O acesso dos materiais da videolaparoscopia que é contralateral, Ufa! hahaha

Erraram o lado, seus incompetentes!!!
 Passado o engano, veio o segundo susto. Não mencionei antes, mas minha família veio pra minha cirurgia (família nordestina é assim). E painho acompanhou de perto. Mas, quando vi a cara que ele entrou pra me visitar fiquei mais branca que uma folha de papel. Aquela cara de que deu ruim, sabe? Mas, afinal, não tinha resolvido o problema? Tinha uma trompa ainda, né não? Ele não me falou nada na hora, ficou quieto e eu sofri calada.

Recuperei minha sanidade lentamente. Fiquei 3 meses sem trabalhar (fui demitida no meu estado de convalescença.Existe gente muito ruim no mundo). Esse tempo me ajudou a me recompor. Meu marido é a coisa mais linda do mundo e me ajudou mais do que tudo.

Ambos tivemos que tomar um remédio bizarro, um antibiótico, porque fomos pré julgados como fodedores-de-todo-mundo ou pessoas-imundas-sem-higiene-que-pegam-todo-tipo-de-bactéria. Falaram que viajávamos pra lugares sem higiene, etc, etc.

Um mês depois saiu o resultado da biópsia da trompa:

- um bebê de 6 semanas 
- endometriose na trompa direita  

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