sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Meus amigos, voltei!

E sei nem por onde começar...

Vou resumir e me ater ao que interessa: MINHA SAGA PRA SER MÃE!

Lucas está enorme! 2 anos e 2 meses de vida fora de mim. Ele corre, come comida de adulto, dorme a noite toda (inclusive, já dormiu algumas longe de mim), já viajou pra fora do país 2 vezes, já está na escolinha, fala pelos cotovelos, faz aulas de inglês, capoeira, culinária, psicomotricidade e o principal, é um menino lindo, meigo, esperto... ele é um sonho!

Sonho realizado, bebê que virou menininho... por que não tentar de novo? Dar uma movimentada na vida?

Pois... fomos ao médico depois das férias (novembro) e ele disse que poderíamos fazer a TEC no ciclo seguinte (dezembro).

Precisamos de 5 minutos pra decidir.

3 anos depois, passei por tudo de novo. Já reli 50 vezes meus próprios depoimentos. Já me desesperei, e agora bateu a calmaria, com uma sensação de derrota, de não ter conseguido, de não criar expectativa pra não ser tão dolorido...

Mas e se deu certo? E se estou mesmo grávida?

Hoje estou no D10, fiz um teste de farmacia ontem e outro hoje, ambos negativos, Meu beta só pra daqui a 3 dias. Mas amanha vou lá fazer um por conta. Porque não aguento a ansiedade.

Estou tão tensa e desanimada que nem consigo contar piada, mas prometo que volto pra contar o resultado. Mas só depois do dia 30!

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

A volta dos que não foram

Exatos 324 dias sem escrever aqui! QUASE 1 ANO!!

Como é que a pessoa abandona uma história assim? Na parte mais importante, genteee??

Vou te contar: SENDO MÃE.

Só tenho tempo para o que é vital, tipo... respirar. O resto é correria.

Não vou ter tempo de voltar muitas vezes, apesar de, mentalmente, escrever muitas linhas possíveis de postar.

O nome do blog deveria ser: minha saga para engravidar. Mas a saga de ser mãe não é finita. O que me permitirá voltar aqui, ao menos uma vez ao ano e atualizar a situação caótica em que me encontro.

Vou ser concisa somente para atualizar. E, se meu filho permitir, voltarei com detalhes.

Lucas nasceu 4 dias depois do último post. Chegamos a 40 semanas e ele, que estava muito bem, obrigada, não nasceu naturalmente.

Meu médico me deu a opção de induzir o parto, já que eu gostaria de um parto natural. Mas entenda, natural é diferente de normal. Natural, a meu ver, é quando a criança quer nascer e a gente expulsa ela do corpo. Normal é nascer pela vagina. Fazer uso de medicamentos (ocitocina) não estava nos meus planos.

Poderia esperar mais uma semana? Sim! Mas eu já estava exausta, ansiosa e com muito medo de acontecer alguma complicação no parto, pois as ultras diziam que ele tinha 50 cm e pesava 4kg. Um monstrinho.

Então, pós consulta matinal, optei pela cesárea que seria feita a noite, no dia 11/10/17.

Fui em casa, almocei, peguei tudo, internei as 18h, operei as 20:30h, ele nasceu 21h.

3,5KG E 48CM de pura beleza


Odiei.

Odiei ser operada. Tremia mais que vara verde. Fiquei sem ar.

Fiquei acordada todo o tempo. Não senti nada. Meu marido assustado.

Lucas nasceu como manda o figurino. Chorou. Mamou.

Fomos pro quarto. Que loucura. Eu não sentia nada alem da emoção. Pronto, tem um bebê ali do meu lado da cama e eu sequer consigo levantar pra pegar. Não sentia as pernas.

Marido e mãe dormiram comigo. Velando as duas vidas que nasceram naquele dia.

Dali em diante nunca mais fomos os mesmos.

D-O-I-D-E-I-R-A.

Teve baby blues, teve dor no peito, teve choro, teve mais de 30 dias de sangue, teve sono, teve mais choro, teve muito amor. Mas foram dias difíceis.

Enfim, papais <3


Quero poder voltar a falar sobre muita coisa que passamos ate aqui. Mas, no momento, tenho que correr pra arrumar alguma coisa, amamentar, ou até dormir.

Pra quem está vivendo essa saga, o que tenho pra dizer é: VALE A PENA CADA LÁGRIMA!

BOA SORTE, MEMINXXX

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Gestando um elefante

Você sabia que a gestação de um elefante dura de 18 a 22 meses? Não? Pois acredite, dura. E, por várias vezes, penso que tem um elefantinho aqui dentro.

Na verdade, não sei se já contei, mas esse serumaninho aqui é filho de baiano, pae...


Claro que quando você chega a 35 semanas de gestação a pressão começa. Por todos os lados. Não adianta você explicar que a gestação humana dura 42 semanas, que está tudo indo bem, que você está aguardando ansiosamente também... nada disso adianta, acredite.

Começam a te olhar feio, porque você tá dirigindo, fazendo exercício, não inchou ainda, sua barriga não desceu, seu filho é preguiçoso, o filho de não sei quem nasceu enorme com 29 semanas, você não vai conseguir ter parto normal, ele tá grande, ele tá gordo, ele tá sofrendo... gente, é tanta coisa que dá pra fazer um post só disso.

E aí, a não ser que você seja a monja criada em um mosteiro budista meditando 32 horas por dia, uma hora você vai se emputecer.

A paciência e a gestação são inversamente proporcionais. (Pereira, Waleska)

Mas aí você vai levando porque não tem mesmo o que fazer. Dias melhores, dias piores.

Neste momento que escrevo, estou com 39 semanas e 2 dias. Teoricamente, tenho até dia 18/10 para parir, mas vou relatar o que está acontecendo. Choque de realidade, baby.

Vamos começar pelos sinais/sintomas físicos:

Estacionei nos 13kg a mais, coma glória de Deus. Aquela fome louca passou. Como normalmente agora. Mas, não me privo de absolutamente nada. It means, como doce todo dia. Sinais clínicos normais, tá gente? Vou ao médico semanalmente, e minha altura uterina parou em 33,  que quer dizer que meu bebê não está crescendo loucamente. Na última ultra, há 3 semanas, ele media 50 cm e pesava 3,3kg. Mas, ultra não é balança, então é um valor aproximado.

Ainda estou na yoga, caminho 1 hora, faço sexo do jeito que dá, agacho, faço flexões, cuido da casa, passo roupa, dirijo, faço drenagem 2 vezes por semana. Ou seja... vida normal. 

A barriga pesa um pouco, mas a gente dá um jeito.

Com relação a sintomas de trabalho de parto:

 - não saiu tampão
- sinto contrações dolorosas muito esporádicas 
-meu bebê mexe com frequência
- dor no púbis
- dor na perereca
- dor no ânus (de vez em quando)
- diarréia às vezes, outras vou ao banheiro 3 vezes por dia, outros dias, normal, 1 vez
- xixi aumentou durante o dia, mas só vou 1 vez à noite
- fiz exame de toque essa semana e ele não está encaixado
-pouco ou nenhum inchaço

Psicologicamente:
- não chorei mais sem motivos
- sou uma pessoa grosseira que dá respostas atravessadas
- tenho vontade de mandar as pessoas (não leia em voz alta) tomar no cu
- já ameacei várias vezes meu filho, se ele não sair, eu vou racionar os insumos necessários a sua sobrevivência 
- não converso com ele o suficiente
- a avó materna dele (minha mãe) chegou, o que pareceu me desestabilizar mais do que ajudar.


Agora vem a parte tensa.

Você passa meeeeses se preparando psicologicamente pra parir. Parir de um parto NATURAL, sem intervenções, procura um médico que faça isso (não é tão fácil assim), aprende termos como empoderamento, parto humanizado, episiotomia, parto induzido, violência obstétrica e por aí vai...

Aí, quando você tá de finalzinho mesmo, vem seu médico e lança: "O que você pensa sobre induzir o parto? Não gostaria que você chegasse a 41 semanas, pois aumentam os riscos de intervenções, e semana que vem você já faz 40..." O que eu penso? Ora, doutor, eu penso que é uma merda!! Que eu gostaria de entrar em trabalho de parto naturalmente, que viemos conversando isso em todas as consultas, que geralmente a primeira gestação demora mesmo, que... até semana que vem, doutor, te dou uma resposta na semana que vem...



Só a Maysa pra me entender...

Enfim, chupa essa manga cheia de fiapo e verde!! Agora tenho uma semana pra parir, ou induzir o parto ou ter uma cesárea.

Sobre a indução, seria colocar um remédio na perereca e aguardar o trabalho de parto, sem ter nenhuma certeza de que o bebê vai encaixar, de que o trabalho de parto vai evoluir e há chances de terminar numa cesárea de toda forma. Detalhes científicos e opiniões, vide google. Eu não sou especialista e nem quero.

Minha opinião, ainda acho que vou parir naturalmente. Hoje tenho ultra pra acompanhar peso, líquido amniótico e sei lá mais o que. 

Enquanto isso, continuarei caminhando, yogando, drenando, transando, quicando na bola, rebolando e todos os gerúndios que minha saúde permitir!

Quarta, dia da minha DPP é minha última consulta. Se a pressão continuar, acho que farei uma cesárea... não serei menos mãe por isso. E também não quero saber sua opinião. Desculpe. Grosseria à toa. Eu avisei...

Provavelmente, meu próximo post será sobre o parto...

Cruzem os dedos, rezem/orem por mim, que já deu tudo certo!

Ah, meu filho, se você soubesse que mundo lindo te aguarda... sairia num espirro!

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Terceiro Trimestre - 32 semanas - 8 meses

Dá pra acreditar? 8 meses. Gerando, mudando, amando...

Nem sei por onde começar... 

Parece que regredimos. Acabou aquela fase deliciosa onde a barriguinha era INHA, o bem estar era ÃO e a vida parecia que seguia sorrindo pra mim.

Voltamos à fase do mal estar. São sintomas diferentes, mas são tão ruins quanto no início.

Azia é uma coisa chata demais. Penso várias vezes que infeliz a vida de quem tem isso com frequência. Eu só fico mais tranquila porque tenho CERTEZA de que vai passar. Não é nada agradável a queimação, o vômito na beira da goela, sai não sai. Você tem até medo de comer. Come cedo pra poder dormir, ou então esquece. Se for a uma festinha, cuidado! Pode ser a pior noite da sua vida. Já tive que dormir sentada, acredite.

O cansaço também deu as caras. Cansaço ou preguiça? Sei lá. Chamaremos de diminuição da disposição. Pois bem, continuo amando ir na drenagem e na Yoga, mas falto o Neopilates com frequência, não caminho mais 3 vezes por semana e desisti de entrar na hidroginástica com a desculpa de que agora tá tarde pra isso.



Na real, me sinto tão cansada com as tarefas simples do dia a dia, que já acho lavar a louça, fazer comida, dirigir, ir ao mercado e resolver alguma pendência doméstica um puta trampo. Chego morta em casa. 

Comecei a meditar mais frequentemente. Descansar a mente que tem trabalhado mais que o corpo. Tem sido excelente...

Meu corpo está COMPLETAMENTE mudado, assim como eu. Mas vamos nos deter um pouco na parte física.

Estou com 12 kg a mais. Não pareço gorda, mas tenho um barrigão, uma papada, braços roliços, gordurinhas sobrando nas costas e muitas, muitas, celulites. Meu quadril alargou, de tal forma que meus shorts e calças, mesmo com extensor de barriga, me incomodam um pouco, pois já apertam nas coxas. Minhas bochechas escondem meus olhos quando eu rio. Não sinto dores nas costas, a não ser que tenha uma pilha de louças enorme, ou lave 50 mini roupinhas de bebê na mão. Aí sinto na hora, mas sempre passa.

Continuo com um excelente alongamento e parece que tenho zero de força. Mas tento manter os exercícios nos dias que acordo mais disposta. Não tenho dificuldade em calçar sapatos, mas sento pra me vestir ou me despir com medo de cair.

Não sei o que é dormir bem. Há semanas, talvez meses... não lembro. Considero um treinamento pras noites insones que vem por ai... Cada vez que tenho que mudar o lado e carregar o meu travesseiro de barriga (um que elegi exclusivamente para apoiar embaixo da minha barriga), acordo. Sono leve. Sinto Lucas me chutar, mexer, se esticar, buscar espaço. Não está confortável pra ele também e ele faz questão  de me avisar. O xixi noturno até que diminuiu a frequência, mas a mamãe esperta já não bebe um copão dágua antes de dormir e faz xixi sempre antes de ir pra cama.

Falando em treinamento, começaram as contrações de treinamento. A barriga fica dura, muito dura. É um tanto assustador. Duram pouco e a maioria não dói. Algumas são precedidas de dores e pontadas no quadril, púbis e na vagina. Fui bater no PS com medo de estar em trabalho de parto, paguei de louca mesmo. 

Emocionalmente estou uma montanha russa.

Vivo um amor tão grande que não consigo mensurar. Tem dia que nem queria que ele saísse, pra ser só meu. Ás vezes fico tão estressada com os palpites alheios que tenho vontade de sumir com meu filho. Só nós dois. Tem dias que estou tão frágil que parece que vou quebrar, me desmilinguir e sumir no ralo do banheiro. Choro copiosamente, por nada e por tudo. Tenho medo demais de tudo o que vem pela frente, do monstro chamado Puerpério, de não conseguir amamentar, de explodir de tão gorda, de errar tudo e ser uma mãe louca que não quer nem que o filho namore ou vá brincar na rua, tenho medo de não conseguir parir. Tenho medo dessa dependência. Nunca ninguém dependeu tanto de mim. Até meus cachorros se viram se eu não puder cuidar deles um dia. Mas o Lucas não, ele me faz comer na hora certa, tomar remédio na hora certa, dirigir com mais precaução, ser o mais saudável possível e controlar todos esses sentimentos. Só porque ele depende de mim.

Irritada com os palpites alheios, mas também tentando não me informar tanto pra não alimentar a ansiedade. 

Amo tanto essa criança que às vezes parece doença.

Clinicamente normal, sem alterações. Psicologicamente insana.

Assim entro no oitavo mês de gestação.   

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cada um sabe a dor e a delícia... de gerar uma vida!

Tão louco.

Às vezes me pergunto se são os hormônios. Algumas vezes me culpo e choro. Outras vezes dou risadas verdadeiras desses pensamentos...

Quais? Tenho vergonha de falar. Escrever talvez me permita expor. Posso tentar. Tenho medo de ser incompreendida. Tenho medo de parecer uma péssima mãe antes mesmo de meu filho nascer. Medo de soar egoísta.

Mas são tantas mudanças. É tudo tão novo e estranho.

Quando a barriga não existia eu me sentia mal. Não parecia grávida. Não me sentia grávida. Só me sentia mal. Muito mal. Rezava todos os dias pra ver minha barriga crescer. Estufava ela pra tentar imaginar como eu ficaria.

Aí ela cresceu. E foi rápido. Bem de repente mesmo. E não parou mais de crescer. E meu corpo todo mudou. Larga. Peituda. Barriguda. Celulite.

Desequilibrei. Literalmente.

Não consegui fazer coisas que fazia com facilidade. Passei a sentir dores articulares quando forçava uma caminhada muito longa. Percebi os pés inchando com mais frequência. Não senti vontade de ficar de cabeça pra baixo como sentia.

Chorei. Duvidei que um dia possa voltar a ser magra, forte, alongada, definida...

Mas aí vieram os chutes. As cambalhotas. Os soluços. As definições dos órgãos bem formados na ultra. Nossa relação afinou. Sinto meu filho mais do que nunca.

Pensei: dane-se! Quero ele forte. Grande. Feliz. Mexendo e quicando.

Deixei que as pessoas falassem: "como tá grande", "como tá redonda", "como tá alta", "você não conseguirá ter parto normal" e toda a sorte de frases que as pessoas amam falar pra grávidas. Pois falem. Continuem.

Meu corpo mudará o quanto for necessário. E como consequência terei o amor incondicional de um serzinho que vai me chamar de mãe.

Pra mim isso basta. Só eu sei o quanto isso basta.


Mas de vez em quando continuo chorando... e me permito chorar já que ainda não consegui entender.




domingo, 4 de junho de 2017

5 meses - 21 semanas

21 semanas e 5 dias,



Doideira contar o tempo assim, né? Coisa de grávida mesmo, a gente é tudo diferentona.

Depois que passei das famigeradas 12 semanas, tudo melhorou.

Já não enjoo mais com frequência, só muito de vez em quando. Pelo contrário, sinto uma fome de leão! O sono melhorou muito, a disposição voltou. Já voltei a praticar Neopilates, caminho 3 vezes por semana, faço drenagem 2 vezes por semana e yoga 2 vezes. A vida tá corrida, mas tá boa.

Meu corpo está completamente diferente, mas já tô me acostumando a ser mais pesada mesmo.

Cólicas, sinto poucas. Parecem mais gases e às vezes parece que o útero tá esticando e por isso que dói. Gosto de pensar positivamente. Quando dói eu paro. Deito, respiro, e passa.

Engordei 5 kg até agora, na última consulta tinham sido 3,5 kg. Não tomei esporro do médico, mas vamos ver dessa vez. Refiz meus exames sanguíneos e estou com anemia, acho que vou começar a tomar ferro.

Essa semana tem morfológica e consulta. E sexta entro de férias. Ufa! Respira por mim, alguém??

Tá puxado!


Já sinto o Lucas mexer bastante. Ele me chuta com frequência e gosto bastante da sensação.

Fora a fome e as mudanças externas, a vida está bem normal, ou seja, bem corrida. Portanto, estou bem ansiosa pelas férias pra curtir um pouco mais esse momento mágico. Que só eu acho, a maioria das pessoas acha nada demais estar grávida.

Fiz duas viagens já - Lucas será do mundo. Fomos a Santos de ônibus, que dá uma noite de viagem, e fui a Natal de avião, são 3 horas de vôo. Foi desconfortável, porém tranquilo. Já estou fazendo uso da minha condição para conseguir prioridade em filas e ajudinhas com o peso.

Não comprei muita coisa pro meu filho porque ganhei muuuuuita coisa. Roupinhas, bebê conforto, carrinho, redinha, berço de tela, já temos. Quartinho pronto, não temos ainda. Mas teremos, pós férias.

Não sei se terei tempo de voltar aqui pra contar das consultas dessa semana, mas volto depois, com certeza. Por hora, deixo como registro as fotos da evolução da barriga e uma postura linda que fiz com meu marido pra mostrar pro Lucas como os pais dele sempre foram radicais.

Té breve!


Barriga, peitos e sorriso, tá tendo!




Foto de um ensaio com a Chaynala Moret


Carta para meu filho

Filho,

Há exatos 3 meses estamos juntos.
Vivendo em simbiose. Desenvolvendo, crescendo e amadurecendo. Juntos.

Queria eu poder escrever algo fugindo de todos os clichês da maternidade. Mas como fazer isso, se pela primeira vez todos eles fazem sentindo pra mim?

Já te amo tanto! E que amor é esse? Platônico? Não te vi, não te conheço, não consigo visualizar suas formas na minha imaginação. Eu tento, mas parecem imagens borradas de algum bebê que já vi em algum lugar. Não é você.

Te amo antes de tudo isso. Te amo desde que você era um amontoado de células se dividindo dentro de mim. Quando você não tinha forma ainda. Te amo desde que você tinha 8 células, 3 dias de vida e apareceu pra mim numa TV.

Todo esse amor inexplicável que só aumenta. Cada vez que tenho a oportunidade de ouvir seu coração. De ver uma imagem borrada um tanto surreal numa tela em preto e branco, em uma sala gelada, cada movimento seu entrou na minha memória para sempre.

Cada mudança no meu corpo, na minha mente e na minha vida. Estamos mudando juntos. A cada dia. Já não imagino minha vida sem você.

Sei que não somos um. Matematicamente não nos pertencemos, estamos contidos um no outro. Somos um interseção de conjuntos: eu, você e seu pai.

Estamos juntos nessa aventura que se chama vida.

Estamos nos preparando para te apresentar o mundo. O nosso mundo. E te ajudar a escolher o seu.

Sei que temos muito pela frente. Todos nós. Que ainda vamos precisar uns dos outros por alguns anos, mas de alguma forma a vida irá nos separar.

Seja por nossas escolhas, ou pelos ciclos inevitáveis de vida e morte. Mas nesse momento, meu amor, só desejo que você tenha força, que lute, cresça e se desenvolva saudável.

Estamos te esperando com tanto amor que não saberíamos explicar ou mensurar.

Te alimentarei, te vestirei, te cuidarei, te amarei, e farei tudo isso de graça, sem te cobrar nada. Simplesmente pra ter a alegria de ver o teu sorriso ao descobrir como é bom ter uma vida, ser amado, sentir.

Quero ser uma boa mãe pra você. Mas cometerei muitos erros. Não me julgue, serão por não saber como lidar com esse amor novo e assustador. O desconhecido paralisa, cega, desespera.

Já te demos um nome, espero que goste de ser chamado de Lucas. Provavelmente usarei pouco esse nome, te chamarei de meu amor, meu príncipe, meu filho! E não se assuste com esse pronome possessivo, MEU. Porque na verdade do pertencimento, eu que serei SUA.

Te amo eternamente,

Mamãe 
21/4/17