segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

A primeira FIV a gente nunca esquece

O ano de 2016 começou com tudo!

Retirei a trompa esquerda no finalzinho de dezembro e a recuperação foi bem melhor, mais rápida e menos traumática que a primeira.

Minha irmã estava aqui com meu cunhado e eles me ajudaram a passar por isso de uma forma bem leve. No dia da minha alta, que foi no dia seguinte da cirurgia, fizemos um churrasco e até vinho eu tomei...


Eu não sou muito fã de ano par não, sabe... tenho essas paradas supersticiosas mesmo, mas eu queria muito tentar. Então, passado o carnaval que curtimos intensamente-loucamente-como-se-não-houvesse-amanhã, fui procurar o médico especialista indicado pelo doutor Bernardo (meu médico do interior).

Na primeira consulta já simpatizei muito com ele. Doutor Marco, um senhor bem humorado, positivo, que olhou meus exames e falou: Partiu, gata!!! Bora botar esses meninos pra dentro. Eu estava morrendo de medo de ter que repetir os exames malditos (eu já expliquei sobre eles no outro post). Mas ele estava super confiante, fez um ultrassom, falou que eu era jovem e que tudo daria certo. Meu marido foi comigo nessa e em todas as outras consultas. No mês subsequente, viajamos cerca de 6h, uma vez por semana para fazer o acompanhamento.

Sinceramente, não me lembro o nome de nenhuma vacina que tomei. Mas foram umas 10 injeções na barriga, uma por dia, que eu mesma aplicava. No final me deu um nervosinho e meu marido passou a aplicar pra mim. Essas injeções são pra hiperestimular os ovários a produzir bastantes óvulos que serão aspirados na próxima etapa.


Nesse período das picadinhas eu tive que me controlar. Não pode correr, pular, ficar de cabeça pra baixo... SENHOOOORR!!! Tudo que eu amo fazer!! Mas segundo meu médico, há uma possibilidade de o ovário torcer e necrosar. É pequena, mas há. Então fiquei quieta e sosseguei o faixo.

Passada essa fase, que acompanhamos por ultrassom - Sim, continuávamos pegando a estrada só pra fazer o US. Normalmente dirigíamos duas a três horas, ficávamos 5 minutos com o médico e dirigíamos mais duas a três horas até nossa casa. Foi cansativo mas a gente tava lá, firmes e fortes - marcamos a aspiração dos óvulos.

Essa parte foi tranquila. Foi feita na clínica mesmo. Como eles dão anestesia, você nem sente nada. É bem de boa. No final tinha um lanchinho, fiquei repousando uns minutinhos pra passar o efeito da anestesia e voltei pra casa. Day off.


Desde minha primeira cirurgia que amo anestesias! hahahhaha Parece que cortam um pedaço da sua vida. Você não lembra de nada mesmo!! Eu adoro!!

Fomos pra casa aguardar o dia que ficaríamos grávidos. Acho que foi tipo 1 semana depois.
Produzi 12 óvulos, dos quais 8 vingaram e desses apenas 4 evoluíram bem. Pouco, né? Também achei, mas estava tão certa de que iria dar certo que já tinha era filho demais!! 

Mulher jovem, útero bom, só o caminho que tava comprometido. Ia dar tudo certo.


Enfim chegou o dia. A única exigência era a bexiga cheia. Cheguei lá tão apertada que tive que aliviar um pouco.

Fomos pra salinha. Era chegada a hora de engravidar. Dessa vez não tinha anestesia não. Meu marido estava lá segurando minha mão o tempo todo. Meu médico entrou na sala com o pé direito. As biomédicas estavam super felizes com os embriões. Uma energia sensacional. Foram colocados 2 embriões de 3 dias (podem ser de 3 ou 5 dias de maturidade, depende do seu médico). Meu médico pediu a iluminação do Divino Espírito Santo na hora H.

Após o procedimento indolor, fomos deixados na sala. Nossa nova família. Nós 4. Fizemos uma prece agradecendo a evolução da ciência. Somos jovens. Acompanhamos o primeiro bebê de proveta na TV, e agora éramos nós precisando dessa tecnologia pra aumentar nossa família. Estávamos grávidos.

Ficamos uns 20 minutos lá dentro e aí me levaram de cadeira de rodas até o quarto. Fui liberada pra fazer xixi e parecia as cataratas do Iguaçu. Por um momento achei que os bebês iam sair na urina, mas isso não tem nadaaaaa a ver!!! Ficamos cerca de 1 hora no quarto, lanchando e descansando. Fomos liberados pra voltar a nossa cidade no mesmo dia.

O médico pediu 2 dias de repouso antes de voltar às atividades normais. Mas minhas atividades não são normais. Era sábado. Passei o fim de semana na cama. Na terça eu já estava piruetando, ficando de cabeça pra baixo... na quinta dei 12 aulas de Neopilates. 

Durante todo o tempo de espera senti coliquinhas, mamas inchadas, desejos, enjôos, azia. Todos os sintomas de gravidez. Eu estava tomando primogyna e ultrogestan 3 vezes por dia. Eles eram os responsáveis pelos sintomas.

Chegou o dia do beta. Quantitativo. Deu 0. Acabou.

No dia da menstruação ela veio. Sem atraso.

Eu chorei, meu marido chorou. Como nunca choramos. Uma catarse.

Mas decidimos seguir em frente. Iriamos tentar de novo. E logo.


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