sexta-feira, 6 de outubro de 2017

Gestando um elefante

Você sabia que a gestação de um elefante dura de 18 a 22 meses? Não? Pois acredite, dura. E, por várias vezes, penso que tem um elefantinho aqui dentro.

Na verdade, não sei se já contei, mas esse serumaninho aqui é filho de baiano, pae...


Claro que quando você chega a 35 semanas de gestação a pressão começa. Por todos os lados. Não adianta você explicar que a gestação humana dura 42 semanas, que está tudo indo bem, que você está aguardando ansiosamente também... nada disso adianta, acredite.

Começam a te olhar feio, porque você tá dirigindo, fazendo exercício, não inchou ainda, sua barriga não desceu, seu filho é preguiçoso, o filho de não sei quem nasceu enorme com 29 semanas, você não vai conseguir ter parto normal, ele tá grande, ele tá gordo, ele tá sofrendo... gente, é tanta coisa que dá pra fazer um post só disso.

E aí, a não ser que você seja a monja criada em um mosteiro budista meditando 32 horas por dia, uma hora você vai se emputecer.

A paciência e a gestação são inversamente proporcionais. (Pereira, Waleska)

Mas aí você vai levando porque não tem mesmo o que fazer. Dias melhores, dias piores.

Neste momento que escrevo, estou com 39 semanas e 2 dias. Teoricamente, tenho até dia 18/10 para parir, mas vou relatar o que está acontecendo. Choque de realidade, baby.

Vamos começar pelos sinais/sintomas físicos:

Estacionei nos 13kg a mais, coma glória de Deus. Aquela fome louca passou. Como normalmente agora. Mas, não me privo de absolutamente nada. It means, como doce todo dia. Sinais clínicos normais, tá gente? Vou ao médico semanalmente, e minha altura uterina parou em 33,  que quer dizer que meu bebê não está crescendo loucamente. Na última ultra, há 3 semanas, ele media 50 cm e pesava 3,3kg. Mas, ultra não é balança, então é um valor aproximado.

Ainda estou na yoga, caminho 1 hora, faço sexo do jeito que dá, agacho, faço flexões, cuido da casa, passo roupa, dirijo, faço drenagem 2 vezes por semana. Ou seja... vida normal. 

A barriga pesa um pouco, mas a gente dá um jeito.

Com relação a sintomas de trabalho de parto:

 - não saiu tampão
- sinto contrações dolorosas muito esporádicas 
-meu bebê mexe com frequência
- dor no púbis
- dor na perereca
- dor no ânus (de vez em quando)
- diarréia às vezes, outras vou ao banheiro 3 vezes por dia, outros dias, normal, 1 vez
- xixi aumentou durante o dia, mas só vou 1 vez à noite
- fiz exame de toque essa semana e ele não está encaixado
-pouco ou nenhum inchaço

Psicologicamente:
- não chorei mais sem motivos
- sou uma pessoa grosseira que dá respostas atravessadas
- tenho vontade de mandar as pessoas (não leia em voz alta) tomar no cu
- já ameacei várias vezes meu filho, se ele não sair, eu vou racionar os insumos necessários a sua sobrevivência 
- não converso com ele o suficiente
- a avó materna dele (minha mãe) chegou, o que pareceu me desestabilizar mais do que ajudar.


Agora vem a parte tensa.

Você passa meeeeses se preparando psicologicamente pra parir. Parir de um parto NATURAL, sem intervenções, procura um médico que faça isso (não é tão fácil assim), aprende termos como empoderamento, parto humanizado, episiotomia, parto induzido, violência obstétrica e por aí vai...

Aí, quando você tá de finalzinho mesmo, vem seu médico e lança: "O que você pensa sobre induzir o parto? Não gostaria que você chegasse a 41 semanas, pois aumentam os riscos de intervenções, e semana que vem você já faz 40..." O que eu penso? Ora, doutor, eu penso que é uma merda!! Que eu gostaria de entrar em trabalho de parto naturalmente, que viemos conversando isso em todas as consultas, que geralmente a primeira gestação demora mesmo, que... até semana que vem, doutor, te dou uma resposta na semana que vem...



Só a Maysa pra me entender...

Enfim, chupa essa manga cheia de fiapo e verde!! Agora tenho uma semana pra parir, ou induzir o parto ou ter uma cesárea.

Sobre a indução, seria colocar um remédio na perereca e aguardar o trabalho de parto, sem ter nenhuma certeza de que o bebê vai encaixar, de que o trabalho de parto vai evoluir e há chances de terminar numa cesárea de toda forma. Detalhes científicos e opiniões, vide google. Eu não sou especialista e nem quero.

Minha opinião, ainda acho que vou parir naturalmente. Hoje tenho ultra pra acompanhar peso, líquido amniótico e sei lá mais o que. 

Enquanto isso, continuarei caminhando, yogando, drenando, transando, quicando na bola, rebolando e todos os gerúndios que minha saúde permitir!

Quarta, dia da minha DPP é minha última consulta. Se a pressão continuar, acho que farei uma cesárea... não serei menos mãe por isso. E também não quero saber sua opinião. Desculpe. Grosseria à toa. Eu avisei...

Provavelmente, meu próximo post será sobre o parto...

Cruzem os dedos, rezem/orem por mim, que já deu tudo certo!

Ah, meu filho, se você soubesse que mundo lindo te aguarda... sairia num espirro!

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Terceiro Trimestre - 32 semanas - 8 meses

Dá pra acreditar? 8 meses. Gerando, mudando, amando...

Nem sei por onde começar... 

Parece que regredimos. Acabou aquela fase deliciosa onde a barriguinha era INHA, o bem estar era ÃO e a vida parecia que seguia sorrindo pra mim.

Voltamos à fase do mal estar. São sintomas diferentes, mas são tão ruins quanto no início.

Azia é uma coisa chata demais. Penso várias vezes que infeliz a vida de quem tem isso com frequência. Eu só fico mais tranquila porque tenho CERTEZA de que vai passar. Não é nada agradável a queimação, o vômito na beira da goela, sai não sai. Você tem até medo de comer. Come cedo pra poder dormir, ou então esquece. Se for a uma festinha, cuidado! Pode ser a pior noite da sua vida. Já tive que dormir sentada, acredite.

O cansaço também deu as caras. Cansaço ou preguiça? Sei lá. Chamaremos de diminuição da disposição. Pois bem, continuo amando ir na drenagem e na Yoga, mas falto o Neopilates com frequência, não caminho mais 3 vezes por semana e desisti de entrar na hidroginástica com a desculpa de que agora tá tarde pra isso.



Na real, me sinto tão cansada com as tarefas simples do dia a dia, que já acho lavar a louça, fazer comida, dirigir, ir ao mercado e resolver alguma pendência doméstica um puta trampo. Chego morta em casa. 

Comecei a meditar mais frequentemente. Descansar a mente que tem trabalhado mais que o corpo. Tem sido excelente...

Meu corpo está COMPLETAMENTE mudado, assim como eu. Mas vamos nos deter um pouco na parte física.

Estou com 12 kg a mais. Não pareço gorda, mas tenho um barrigão, uma papada, braços roliços, gordurinhas sobrando nas costas e muitas, muitas, celulites. Meu quadril alargou, de tal forma que meus shorts e calças, mesmo com extensor de barriga, me incomodam um pouco, pois já apertam nas coxas. Minhas bochechas escondem meus olhos quando eu rio. Não sinto dores nas costas, a não ser que tenha uma pilha de louças enorme, ou lave 50 mini roupinhas de bebê na mão. Aí sinto na hora, mas sempre passa.

Continuo com um excelente alongamento e parece que tenho zero de força. Mas tento manter os exercícios nos dias que acordo mais disposta. Não tenho dificuldade em calçar sapatos, mas sento pra me vestir ou me despir com medo de cair.

Não sei o que é dormir bem. Há semanas, talvez meses... não lembro. Considero um treinamento pras noites insones que vem por ai... Cada vez que tenho que mudar o lado e carregar o meu travesseiro de barriga (um que elegi exclusivamente para apoiar embaixo da minha barriga), acordo. Sono leve. Sinto Lucas me chutar, mexer, se esticar, buscar espaço. Não está confortável pra ele também e ele faz questão  de me avisar. O xixi noturno até que diminuiu a frequência, mas a mamãe esperta já não bebe um copão dágua antes de dormir e faz xixi sempre antes de ir pra cama.

Falando em treinamento, começaram as contrações de treinamento. A barriga fica dura, muito dura. É um tanto assustador. Duram pouco e a maioria não dói. Algumas são precedidas de dores e pontadas no quadril, púbis e na vagina. Fui bater no PS com medo de estar em trabalho de parto, paguei de louca mesmo. 

Emocionalmente estou uma montanha russa.

Vivo um amor tão grande que não consigo mensurar. Tem dia que nem queria que ele saísse, pra ser só meu. Ás vezes fico tão estressada com os palpites alheios que tenho vontade de sumir com meu filho. Só nós dois. Tem dias que estou tão frágil que parece que vou quebrar, me desmilinguir e sumir no ralo do banheiro. Choro copiosamente, por nada e por tudo. Tenho medo demais de tudo o que vem pela frente, do monstro chamado Puerpério, de não conseguir amamentar, de explodir de tão gorda, de errar tudo e ser uma mãe louca que não quer nem que o filho namore ou vá brincar na rua, tenho medo de não conseguir parir. Tenho medo dessa dependência. Nunca ninguém dependeu tanto de mim. Até meus cachorros se viram se eu não puder cuidar deles um dia. Mas o Lucas não, ele me faz comer na hora certa, tomar remédio na hora certa, dirigir com mais precaução, ser o mais saudável possível e controlar todos esses sentimentos. Só porque ele depende de mim.

Irritada com os palpites alheios, mas também tentando não me informar tanto pra não alimentar a ansiedade. 

Amo tanto essa criança que às vezes parece doença.

Clinicamente normal, sem alterações. Psicologicamente insana.

Assim entro no oitavo mês de gestação.   

segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cada um sabe a dor e a delícia... de gerar uma vida!

Tão louco.

Às vezes me pergunto se são os hormônios. Algumas vezes me culpo e choro. Outras vezes dou risadas verdadeiras desses pensamentos...

Quais? Tenho vergonha de falar. Escrever talvez me permita expor. Posso tentar. Tenho medo de ser incompreendida. Tenho medo de parecer uma péssima mãe antes mesmo de meu filho nascer. Medo de soar egoísta.

Mas são tantas mudanças. É tudo tão novo e estranho.

Quando a barriga não existia eu me sentia mal. Não parecia grávida. Não me sentia grávida. Só me sentia mal. Muito mal. Rezava todos os dias pra ver minha barriga crescer. Estufava ela pra tentar imaginar como eu ficaria.

Aí ela cresceu. E foi rápido. Bem de repente mesmo. E não parou mais de crescer. E meu corpo todo mudou. Larga. Peituda. Barriguda. Celulite.

Desequilibrei. Literalmente.

Não consegui fazer coisas que fazia com facilidade. Passei a sentir dores articulares quando forçava uma caminhada muito longa. Percebi os pés inchando com mais frequência. Não senti vontade de ficar de cabeça pra baixo como sentia.

Chorei. Duvidei que um dia possa voltar a ser magra, forte, alongada, definida...

Mas aí vieram os chutes. As cambalhotas. Os soluços. As definições dos órgãos bem formados na ultra. Nossa relação afinou. Sinto meu filho mais do que nunca.

Pensei: dane-se! Quero ele forte. Grande. Feliz. Mexendo e quicando.

Deixei que as pessoas falassem: "como tá grande", "como tá redonda", "como tá alta", "você não conseguirá ter parto normal" e toda a sorte de frases que as pessoas amam falar pra grávidas. Pois falem. Continuem.

Meu corpo mudará o quanto for necessário. E como consequência terei o amor incondicional de um serzinho que vai me chamar de mãe.

Pra mim isso basta. Só eu sei o quanto isso basta.


Mas de vez em quando continuo chorando... e me permito chorar já que ainda não consegui entender.




domingo, 4 de junho de 2017

5 meses - 21 semanas

21 semanas e 5 dias,



Doideira contar o tempo assim, né? Coisa de grávida mesmo, a gente é tudo diferentona.

Depois que passei das famigeradas 12 semanas, tudo melhorou.

Já não enjoo mais com frequência, só muito de vez em quando. Pelo contrário, sinto uma fome de leão! O sono melhorou muito, a disposição voltou. Já voltei a praticar Neopilates, caminho 3 vezes por semana, faço drenagem 2 vezes por semana e yoga 2 vezes. A vida tá corrida, mas tá boa.

Meu corpo está completamente diferente, mas já tô me acostumando a ser mais pesada mesmo.

Cólicas, sinto poucas. Parecem mais gases e às vezes parece que o útero tá esticando e por isso que dói. Gosto de pensar positivamente. Quando dói eu paro. Deito, respiro, e passa.

Engordei 5 kg até agora, na última consulta tinham sido 3,5 kg. Não tomei esporro do médico, mas vamos ver dessa vez. Refiz meus exames sanguíneos e estou com anemia, acho que vou começar a tomar ferro.

Essa semana tem morfológica e consulta. E sexta entro de férias. Ufa! Respira por mim, alguém??

Tá puxado!


Já sinto o Lucas mexer bastante. Ele me chuta com frequência e gosto bastante da sensação.

Fora a fome e as mudanças externas, a vida está bem normal, ou seja, bem corrida. Portanto, estou bem ansiosa pelas férias pra curtir um pouco mais esse momento mágico. Que só eu acho, a maioria das pessoas acha nada demais estar grávida.

Fiz duas viagens já - Lucas será do mundo. Fomos a Santos de ônibus, que dá uma noite de viagem, e fui a Natal de avião, são 3 horas de vôo. Foi desconfortável, porém tranquilo. Já estou fazendo uso da minha condição para conseguir prioridade em filas e ajudinhas com o peso.

Não comprei muita coisa pro meu filho porque ganhei muuuuuita coisa. Roupinhas, bebê conforto, carrinho, redinha, berço de tela, já temos. Quartinho pronto, não temos ainda. Mas teremos, pós férias.

Não sei se terei tempo de voltar aqui pra contar das consultas dessa semana, mas volto depois, com certeza. Por hora, deixo como registro as fotos da evolução da barriga e uma postura linda que fiz com meu marido pra mostrar pro Lucas como os pais dele sempre foram radicais.

Té breve!


Barriga, peitos e sorriso, tá tendo!




Foto de um ensaio com a Chaynala Moret


Carta para meu filho

Filho,

Há exatos 3 meses estamos juntos.
Vivendo em simbiose. Desenvolvendo, crescendo e amadurecendo. Juntos.

Queria eu poder escrever algo fugindo de todos os clichês da maternidade. Mas como fazer isso, se pela primeira vez todos eles fazem sentindo pra mim?

Já te amo tanto! E que amor é esse? Platônico? Não te vi, não te conheço, não consigo visualizar suas formas na minha imaginação. Eu tento, mas parecem imagens borradas de algum bebê que já vi em algum lugar. Não é você.

Te amo antes de tudo isso. Te amo desde que você era um amontoado de células se dividindo dentro de mim. Quando você não tinha forma ainda. Te amo desde que você tinha 8 células, 3 dias de vida e apareceu pra mim numa TV.

Todo esse amor inexplicável que só aumenta. Cada vez que tenho a oportunidade de ouvir seu coração. De ver uma imagem borrada um tanto surreal numa tela em preto e branco, em uma sala gelada, cada movimento seu entrou na minha memória para sempre.

Cada mudança no meu corpo, na minha mente e na minha vida. Estamos mudando juntos. A cada dia. Já não imagino minha vida sem você.

Sei que não somos um. Matematicamente não nos pertencemos, estamos contidos um no outro. Somos um interseção de conjuntos: eu, você e seu pai.

Estamos juntos nessa aventura que se chama vida.

Estamos nos preparando para te apresentar o mundo. O nosso mundo. E te ajudar a escolher o seu.

Sei que temos muito pela frente. Todos nós. Que ainda vamos precisar uns dos outros por alguns anos, mas de alguma forma a vida irá nos separar.

Seja por nossas escolhas, ou pelos ciclos inevitáveis de vida e morte. Mas nesse momento, meu amor, só desejo que você tenha força, que lute, cresça e se desenvolva saudável.

Estamos te esperando com tanto amor que não saberíamos explicar ou mensurar.

Te alimentarei, te vestirei, te cuidarei, te amarei, e farei tudo isso de graça, sem te cobrar nada. Simplesmente pra ter a alegria de ver o teu sorriso ao descobrir como é bom ter uma vida, ser amado, sentir.

Quero ser uma boa mãe pra você. Mas cometerei muitos erros. Não me julgue, serão por não saber como lidar com esse amor novo e assustador. O desconhecido paralisa, cega, desespera.

Já te demos um nome, espero que goste de ser chamado de Lucas. Provavelmente usarei pouco esse nome, te chamarei de meu amor, meu príncipe, meu filho! E não se assuste com esse pronome possessivo, MEU. Porque na verdade do pertencimento, eu que serei SUA.

Te amo eternamente,

Mamãe 
21/4/17

terça-feira, 11 de abril de 2017

Fim do primeiro trimestre... e os medos continuam!

Tô bem sumidinha...
😊
Já deve ter mais de um mês que não escrevo nada, mas isso reflete o momento da vida. Tudo voltando ao normal significa que estou na correria, que passo o dia para lá e para cá, resolvendo coisas e tentando dar conta de tudo.



Fazendo uma referência à última postagem, não tive mais borras!!! Glória!!! Continuo sentindo algumas cólicas, alguns dias mais que outros, uma dor bem baixa, mais frequente do lado esquerdo. Mas os médicos dizem que faz parte, que o útero está crescendo. Eu acredito...

Os enjôos melhoraram significativamente. Isso quer dizer que estou comendo como uma louca. Acho que engordei em 15 dias o que não engordei em 3 meses. Tô aguardando a bronca do médico no fim de abril pra tomar vergonha na cara! Por enquanto tô comendo com vontade!


O sono diminuiu e a disposição está voltando. Uns dias mais outros menos. Estou caminhando ao menos 2 vezes por semana.Caminhando! Logo eu! Corredora! kkkkk Acho meio chato, mas às vezes sinto cólicas pós caminhada, sinto um cansaço tremendo. Por enquanto é o que dá. Ainda não voltei a malhar real. Não fiz abdominal, não faço grandes esforços. Por causa das cólicas que me assustam.

Voltei a dar aulas mas não demonstro muitos exercícios. Tenho ficado moída no fim do dia.


Estou fazendo drenagem linfática duas vezes por semana. Já sinto inchaço, mas é um momento delicioso. Voltei a ser mulherzinha e fazer depilação, sobrancelhas e unhas.

Posto isso, vamos falar sobre a última ultra. A famigerada TN - translucência nucal. Essa ultra é super importante pois alerta para possíveis alterações genéticas, especialmente a Síndrome de Down. Ela é feita medindo o espaço da nuca, e deve ser menor que 2,5mm, meu médico disse 3, mas já li 2,5 mm em algum lugar. 

Também verificamos o tamanho do colo do útero (indica a probabilidade de parto prematuro), a irrigação do útero para a placenta, alguns vasos que podem alertar para eclâmpsia, vê a formação do osso nasal, além de ver o sexo do bebê, dependendo da época em que você faz.

Fiz com 12 semanas e 5 dias. Estava tudo ótimo, Graças a Deus!!

Achei minha TN alta, 2 mm, mas meu médico falou que é bobagem, que está tudo ótimo.

Os outros parâmetros estão perfeitos também, é simplesmente um alívio!!

Conseguimos ver o sexo do nosso bebê e é um MENINO!!Eu já sentia desde o começo que seria um machinho! Lindo e sapeca, ficou de costas o tempo todo impedindo que fizéssemos uma foto que prestasse dele. Mas conseguimos perceber uma coisa: o muleque é bem dotado!! hahahah


Manda nudes!!


Hoje escrevo com 14 semanas. Minha barriga já cresceu bastante, as mamas nem se fala, e o Lucas está com mais de 7 cm com toda certeza (ele tinha 6,5 na ultra).

Vamos pra nossa primeira aventura familiar. Passaremos o feriado da Semana Santa em Santos, na casa da família do papai. Vamos comer como se não houvesse amanhã e ser felizes nos mostrando pro mundo.

Meu médico liberou a viagem. Pediu para que eu levantasse a cada 2 horas para esticar as pernas, mas vamos dormindo no ônibus leito. Acho que vai ser bem suave!!

Apesar do maior perigo de aborto espontâneo ter passado, ainda não me sinto super à vontade. Os fantasmas me perseguem e tento ter o máximo de cuidado possível. Acho que esse medo nunca vai passar.

O que tem me ajudado demais e deixado meus dias mais felizes é participar de um grupo de mamães, todas com quase a mesma idade gestacional. Nos conhecemos no chat do baby center, um aplicativo para acompanhar a gravidez, criamos o grupo e hoje somos íntimas sem nunca termos nos visto. Sinceramente, foi uma das melhores coisas que me aconteceu! Nós conseguimos rir dessa fase, dos anseios, há sempre alguma pronta pra ajudar a outra, trocamos informações importantes e temos sempre um ombro amigo pra acalmar naquela hora do desespero. Além de ter como falar de gravidez o dia inteiro sem parecer chatas!! Amo minhas novas amigas!!

Por enquanto é isso...

Espero voltar logo com mais boas novidades...

Barriguinha aparecendo =)

quarta-feira, 22 de março de 2017

Pra não dizer que não falei das borras...

E finalmente os enjôos melhoraram!!! Que marravilha!!

Olha, uma delícia acordar se sentindo bem, poder tomar aquele café da manhã!! Não ficar enjoada e salivando o dia inteiro!! Ooohhh benção!!



A fome veio com tudo e já bati dois pratos de feijoada num dia de fúria!!

Tava me sentindo tão bem, que às vezes batia uma neura, tipo... será que tô grávida??

A disposição voltou com tudo! Bem-estar era meu sobrenome!! Um luxo!!

Até a libido voltou!! Ueeeeeepaaaa!!!

Aí que veio o problema... resolvemos dar aquela namoradinha de leve pra matar a saudade né?

Fiquei tão bem que passei roupa (sentada), fiz yoga (leve) e quando fui tomar aquele banho exxxperto pra ir na drenagem, quem eu encontro???

Sangue.

PQP.


Pra falar a verdade nem liguei muito porque afinal... bem, afinal... aaahh, vocês entenderam!

Mas aí o dia foi passando, o sangue sumiu. Fiquei de repouso. De novo. E passou. 

No dia seguinte, lá vem a borra. Que borra chata, cara. Na boa. Como de madrugada tive umas cólicas, que nunca sei se são cólicas ou é a bexiga que parece que já tá menor, fiquei preocupada.

Mas fui dar aula, vida que segue. E a borra não parou. Daí no almoço saiu um tripinha coagulada. Pronto. Desespero.



Partiu emergência!

Mas antes me preparei, né? Almocei, separei uma revista, tomei umas doses de paciência e lá vou eu pra Unimed.

Até que fui atendida rápido, uns 30 minutos. O médico nem fez o toque e já pediu a ultra. 

Aí que mofei. Umas duas horas, fácil.

Tô lá deitada, sozinha, naquela sala escura. A médica mexe pra lá e pra cá e diz: "Não tô vendo nada..." EU devo ter feito uma cara tão feia que ela se apressou em complementar: "Nada de errado" Ufaaaaa... não me mata, amorrrrr!!!

Enfim, o meu baby está bem, está grande, está bem preso, coração batendo a 175bpm, tá medindo 44mm, e tem um belo perfil!! hahaha Dá uma olhadinha e diz se são meus olhos:

Hello, World!!!
Na ultra diz que ele tá com 11 semanas e 2 dias. Mais que as minhas contas, mas isso é outro assunto. Farei um post sobre esse tema.

Voltei com o resultado no médico. Com várias questões:

1 - A borra foi por causa do sexo? Provavelmente, mas não podemos afirmar com certeza.
2 - Então, o que pode ter sido? O ultrogestan que você toma, por exemplo, pode deixar seu colo do útero mais sensível.
3 - Devo parar de namorar então? Não. mas os sangramentos podem voltar. Pare pelo menos até a borra sumir.
4 - O que são essas cólicas? Gravidez.
5 - Então devo ficar tranquila se acontecer de novo? Estou sendo muito psica de vir na emergência já que é normal? Normal não é. É comum. E você deve vir sim sempre que tiver qualquer sangramento.
6 - O que eu devo fazer agora? Evite esforço e relação sexual.
7 - Defina esforço, por favor. Carregar peso, subir escada...

Ok, doutor. Obrigada.

Hoje tenho consulta de pré natal e tenho mais uma lista de perguntas a fazer.

Depois volto aqui pra contar. Mas, por hora, estou aliviada por não ser uma mãe psicopata que corre pro hospital com qualquer coisa. E valeu demais ver essa carinha linda de perfil, né nom? 

domingo, 12 de março de 2017

O lado B da gravidez - o que ninguém te conta

Pra começar vamos deixar uma coisa bem clara: cada mulher é um ser único e especial e cada gravidez também é única.

Então não dá pra generalizar. Tem gente que sente um monte de coisa, tem gente que sente nada e quando descobre que tá grávida, já tá parindo.

Outra coisa a se esclarecer é que a maioria dos sintomas não tem muita explicação. Sendo assim,da mesma forma que você vai ao médico e ele te diz na cara dura: "É virose", tudo na gravidez é resumido a: "São os hormônios".

Neste caso, talvez por minha gravidez ser diferente, meio induzida, tomei e continuo tomando um monte de hormônio, EU ESTOU COM TODOS OS SINTOMAS. Aeeeeewww!!!



E vamos parar de romantizar, porque fácil não é. Lembro quando minha irmanzinha engravidou com 16 anos, ela sofreu muito. Vivia no hospital, ficou pele e osso. Eu, de longe, achava que era frescura. Que minha mãe exagerava e mimava ela. Mas meu bem, tô pagando a língua! E pior, sozinha. 

Pra começar, ninguém quer ouvir uma gestante reclamando. Ainda mais se ela fez um tratamento pra isso. Afinal, não era seu sonho!? Aguenta aí, pô! Mas entendam, ninguém tá reclamando de tá grávida, ninguém tá reclamando do bebê, a reclamação é da INDISPOSIÇÃO.

Se você leu as postagens iniciais (veja aqui sobre mim), citei anteriormente que sou uma mulher super ativa, Pratico várias atividades diferentes e meu trabalho, inclusive, envolve diretamente atividade física, Resumindo: não sou preguiçosa. Mas o primeiro sintoma de todos foi exatamente A PREGUIÇA. Preguiça de existir, de viver, de respirar. Preguiça de ler, de ver tv, de falar, de comer. Somado à preguiça crônica, ou até o responsável por ela, o CANSAÇO. Cansava pra subir os 15 degraus da minha casa. Sei o número porque eu contava. De verdade. Vamos la, você consegue, só faltam 5! E, como citei no post anterior, fui obrigada a ficar 15 dias de cama devido a uns sangramentos que ocorreram. Ou seja, juntei a fome com a vontade de comer.


Aí você deve pensar: Que maravilha! Ficar em casa, fazendo nada! Que sonho! Primeiro que não é nada disso. Bate logo uma ansiedade por causa do sangramento. Peguei um tique nervoso de olhar a calcinha a cada 10 minutos que ainda não consegui perder. Não tive muito sono, só cansaço e preguiça, o que acabou gerando mais ansiedade por ficar em casa sozinha o dia todo. E outra, sou dona do meu negócio, e apagar incêndio de casa é muito pior do que evitá-los. É estressante!

Mas nada disso, nada mesmo, foi pior do que esse sintoma que infelizmente ainda não me deixou:
O ENJÔO.

Meeeeuuu Deeeuuusss, quê que é isso?? Eu acordo enjoada, Enjôo no meio da manhã, no almoço, no meio da tarde e, muitas vezes, antes de dormir. Enjoei das coisas que mais comia: ovo, tapioca e queijo. E aí você tem que comer né, more? Você tá gerando uma vida né não? E outra, se você não comer vira um ciclo vicioso de mais enjôo. Pelo que li, os especialistas acreditam que eles decorrem dos hormônios, especialmente o bhcg. Rapaz, o meu deve tá alto, viu? E, pra piorar, muitos ARROTOS, um pouco de TONTURA, e PRISÃO DE VENTRE. Quem consegue beber água enjoado? Vomitar foram poucas vezes, mas quando aconteceu foi terrível, porque não melhora. Não consigo cozinhar. E comer comida da rua é ruim pra caramba! Marido perdeu uns pontinhos por não saber cozinhar... Pior, sinto vontade de comer as coisas que não posso, tipo japonês e carne mal passada. Credo, que fase!!!

Se você bebe álcool, imagine sua pior ressaca. Pronto. Assim que me sinto diariamente.


Que combinação né? Mas calma que não acabou. Tem a parte psicológica da parada.

LABILIDADE EMOCIONAL, nome técnico para quem muda de humor toda hora. Prazer, eu. Uma hora mega feliz com meu baby aqui dentro, na outra #chateada porque não estou me exercitando, na outra chorando igual manteiga derretida vendo programa de esporte, na outra numa ira sem fim porque o marido não sabe cozinhar. Gente, é o pânico. Mas vamos levando, meditando, tentando. Hoje até me exercitei e criei coragem de escrever, tá vendo?

Hoje estou entrando na décima semana. Continuo com todos os sintomas, mas já estou me acostumando. O mais novo sintoma é SANGRAMENTO NA GENGIVA sempre que passo o fio dental. Minha dentista já havia me alertado, e começou mesmo. Graças a Deus não houve mais nenhum sangramento, nem cólica. 

Fisicamente, minhas mamas estão grandes e inchadas. Enfim uma coisa boa, né? Tô com uns peitos bonitos pra caramba, mas meus tops não cabem mais confortavelmente. Minha barriga cresceu pouco, mas a cintura tá sumindo. Não sei se é por causa do bebê ou se engordei nesses 15 dias de cama. Meu cabelo tá meio ressecado, mas a pele tá bem boa. E a libido deu uma diminuída, mas tenho me esforçado.

Então é isso. Ansiosa pelo término do primeiro trimestre pra chegar o momento de me sentir linda, barriguda, bem disposta, fazendo tudo por aí, malhando, fazendo drenagem e tudo que sempre sonhei que seria minha gestação.

Enjoei

segunda-feira, 6 de março de 2017

O limbo

E então se passou a fase tensa, já fizemos a ultra e vimos que tá tudo bem. 

Fui na primeira consulta de pré-natal e me despedi do médico que fez possível gerar uma vida em mim.

Teoricamente, hora da diversão!!


Aniversário do marido chegou e comemoramos muito. Foi uma semana antes do carnaval e recebemos em nossa cidade um dos blocos que mais amo do Carnaval de rua do Rio de Janeiro, Cordão do Boitatá. Frequentamos esse bloco juntos desde que namorávamos, e esse ano não vamos ao Rio, por motivos óbvios. Mas não é que o bloco veio até nós?

Enchemos uma bag de Brahma e Brahma zero (porque não sou obrigada a ficar na água), levei um bolo de churros delicioso, uma cadeira de praia e muita animação. Curtimos muito com nossos amigos. Ele então, com motorista da rodada!! Foi à forra!!


Semana seguinte chegou carnaval! Fantasias prontas, curtimos a sexta a noite com muita animação!! Sábado e domingo fomos a praia, sem bloquinhos. Aqui na cidade não tem muita animação. Não vou mentir que fiquei meio de mal humor por causa disso. Meus amigos todos bebendo na praia e achando tudo ótimo e eu lá, careta, sem graça. Nem a Brahma zero descia mais com tanto enjôo que comecei a sentir. Não suporto o cheiro de cerveja. Enjoei...

Domingo à noite, antes de dormir, senti uma cólica muito forte, bem estranha, bem no baixo ventre, doía até a vagina, o ânus, bem louco. Fui fazer um xixi e vi o papel sujo de sangue, sangue mesmo, vermelho. Entrei em desespero. Chorei. Fui de novo. Saiu menos, mas saiu.

Acordei arrasada.


Aí descobri que estou no limbo. Meu médico da FIV já me deu tchau, meu médico daqui não me assumiu completamente, logo, não tenho seu celular. Quem poderia me ajudar??
Liguei pro meu herói, meu pai! Mas nem ele me atendia, tadinho, deveria estar aproveitando o carnaval e a filha aperreando ele.

Continuou saindo uma borra café ao longo do dia. Com cólicas. Tava tão preocupada que chamei meu médico do Rio. Prontamente ele me respondeu que não havia de ser nada grave, mas que eu fosse na urgência fazer uma ultra pra garantir que tava tudo certo com o bebê.

Fomos. Segunda de carnaval.

Mofamos 1 hora pra ser atendidos pelo GO de plantão, mesmo com a pulseira amarela, que na minha opinião deveria ser alarmante, mas parece que não. Ele fez o toque e o colo do útero estava fechado. Ok. Agora a ultra. Fiquei animada por fazer logo, mas... a médica da ultra que estava de sobreaviso não estava lá. Era meio dia e ela só chegaria depois das 13:30h. E eu lá, com cólica, com borra, preocupada, enjoada, sentada numa cadeira desconfortável, afinal, não era pra ficar de repouso?

Meu marido foi comprar um lanche, só consegui tomar o suco de laranja. Não descia. Tava enjoada. Bom sinal, né?

Nesse meio tempo o doutor-herói-painho me ligou. Disse pra ficar tranquila, não haveria de ser nada. Mandou repousar e manter o ultrogestan que tô tomando.

14h a médica da ultra chega, reclamando que sempre tem atendimento no plantão dela, afirma que não veio antes pois tinha acabado de sair do hospital quando ligaram pra ela, que desse jeito ela teria que ficar direto lá... a gente se sente um pedaço de merda. É meu filho, porra!!! Meu filho tão amado e desejado!! E você aí de preguiça de trabalhar! Afinal, a gente paga esse plano pra quê?


Troca de roupa, deita na cama, abre a perna, ai, doeu! Homem sabe lidar melhor com isso, por incrível que pareça. Mulher é mais grosseira. Mexe pra lá e pra cá. Silêncio, tensão. Estalar de dedos do marido. Fui inundada por um oceano de sentimentos, lembrei que foi ali mesmo que fizemos a primeira ultra da nossa vida. E meu marido estava na mesma cadeira, com o mesmo olhar perdido na sala, estalando os dedos, quando a médica falou que não via nada no útero. Eu tremia muito. Não conseguia parar. Mas dessa vez era diferente. E essa médica-preguiçosa-reclamona logo falou que o neném tava lá, agarradinho em mim, sem alterações.

Ufa! Alívio e sorrisos, trocamos um olhar de ternura. Escapamos. O bebê estava agora com o dobro do tamanho (14mm) e a ultra acusava 8 semanas. Ela chamou meu marido pra ver e ali já esqueci que ela era preguiçosa. Ela colocou o coração pra ouvir e ele pôde, finalmente, perceber a vida que bate aqui dentro. Nosso pedacinho de amor.

Saímos de lá pra retornar ao GO. Mas havia uma fila com 5 gestantes e ele tava no centro cirúrgico. Não quis esperar. Fomos embora descansar.

Fiquei de repouso mesmo. Só levantava pra fazer xixi e tomar banho. Continuei enjoando muito. Algumas cólicas persistiram e a borrinha cor de café continuou saindo, às vezes com uns coágulos, vermelho não.

Mandei um email pro meu médico do pré-natal porque é a única forma que tenho de falar com ele. Ele respondeu que era normal e que se sentisse cólica e sangue vivo fosse na urgência. Fiquei confusa.

Meu aniversário chegou e passei de cama. Mas feliz. Quarta de cinzas. 35 anos. Grávida. Meus amigos vieram para um bolo surpresa e me senti muito amada, apesar de desconfiar desde o começo. 



Na quinta a borra parou. O papel começou a vir limpinho. Agradeci muito a Deus. Tenho rezado bastante.

Continuei de repouso mesmo assim, mas comecei a levantar, me alimentar na mesa. E resolvemos que no sábado voltaríamos a dormir na nossa cama, no andar de cima.

Acordei muito enjoada, vomitei de manhã, depois vomitei no almoço. Senti cólicas intensas no baixo ventre. Tomei buscopan pra aliviar.

Quando íamos subir à noite, fui fazer xixi e lá estava o famigerado sangramento. De novo. Que triste. Voltamos à estaca zero.

E eu no limbo. 

Mandar um email no fim de semana não parecia um boa ideia. Falar com  meu médico do Rio me deixa sem graça porque ele já me liberou. Então... paiêeeeee!!!!

Painho prontamente me respondeu. Não precisava voltar ao hospital. Manter o descanso e o remédio. Ele disse que pode ser uma reação tardia à implantação: reação decidual. O doutor google me deixou confusa com suas explicações e deixei isso pra lá. Como esse último sangramento veio exatamente no dia que eu ficaria menstruada, resolvi considerar que meu corpo ainda está se acostumando a não precisar sangrar, então, às vezes ele se confunde. Boa essa, né?

Na mesma noite parou de sair. Nos dias subsequentes um pouquinho de borra, algumas cólicas e tomei uns buscopan.

Continuo de cama e tento ficar calma. Só quem passou por isso sabe do que tô falando.

Uma mulher normal pode perder um bebê e tentar outro. Nós não, temos um longo caminho até aqui. e não seria exagero dizer que trocaríamos um braço, uma perna, um rim, em prol dessa vida que cresce aqui dentro!

Continuo em orações para que meus próximos posts sejam apenas sobre os enjôos que me consomem, o peito que cresce de vento em popa e a próxima ultra que vai dizer o sexo do nosso pimpolho!

Amém?

Força, foco e fé

Médicos e ultrassons - agora você acredita?

Gente, é muito louco, pode perguntar a qualquer mulher que tenta engravidar várias vezes, principalmente que já fez outras FIVs e deu negativo, e no meu caso em específico, que já teve um positivo e na verdade era um negativo (gravidez ectópica), você só acredita VENDO.


Então, fiquei uns bons 15 dias sofrendo com a ansiedade até ir ao médico e conseguir o pedido da ultra.

Nesse meio tempo, sofri mais pressão ainda de amigos tão ansiosos quanto eu que achavam que eu tinha que ir fazer por conta própria. Enquanto minha família era contra, pois por ser muito recente poderia não aparecer muita coisa.

Exatamente um mês depois da TEC, fui na primeira consulta com meu GO que vai fazer o pré natal. Achava que ia fazer a primeira ultra com ele e por isso arrastei meu marido comigo. Mas não rolou. Só o pedido mesmo. Saí meio decepcionada, porém super decidida que não esperaria outro dia.

Fui na clínica que mais amo aqui na minha cidade, com o médico mais competente e fofo que conheço. Ele descobriu a gestação tubárea e de lá mesmo, da sala do US, ligou pro meu pai e conversou com ele, me acalmou, me abraçou e enxugou minhas lágrimas, Nutro um carinho imenso pelo Dr. Gustavo.

Como conheço geral lá, cheguei causando, pedindo pelo amor de Deus e todos os santos um encaixe. E consegui!!! Ninguém quer ganhar um terçol, né, gente? hehehe

Cheguei às 14h e às 15h entrei na sala. A cara do doutor já me animou tanto!!! Apesar de estar sozinha, sim, eu fui sozinhaaaaa! Sou sinixxxxtra mexxxxmo! Senti um carinho imenso por aquela sala, por aquela máquina e pelo meu querido doutor que outrora me viu chorar de tristeza.

Conversamos um pouco, contei das tentativas anteriores que foram frustradas, perguntei da família dele, ele perguntou sobre meu pai e aí vem todo aquele ritual: troca de roupa, deita na cama gelada, abre as pernas, lá vem o peru de plástico... eu tremia feito vara verde. Será que eram dois???

E aí apareceu a imagem. Uma bolinha. Pequenininha. Mas tava lá. Meu filho!! Chorei. Chorei mesmo. E tô chorando agora de novo. Porque é um milagre, sabe? É um sonho, é o fim de uma luta de três anos. Lá estava meu pequeno milagre, grudadinho em mim.

Nosso bebê, 6,5 semanas, 7 mm, 127 bpm


Aí o doutor colocou pra ouvir o coração! Meu Deus!!! O som mais lindo que já ouvi na minha vida!!! Que coração acelerado!! Queria ter gravado! Mas na hora eu só conseguia rir, chorar e tremer!!

O doutor falou que tava tudo bem, perguntou se queria que eu ligasse por meu pai e quase morri de rir!! Não, dessa vez eu mesma ligo!!hahaha

Saí de lá e liguei pro meu marido. Ele estava tão ansioso. Ficou mudo. Esperando meu suspense terminar. E quando eu falei que estava tudo bem ele respirou aliviado. Consegui ouvir sua respiração do outro lado da linha. Desliguei e fui chorando dirigindo e orando e agradecendo. Não aguentei e parei em frente ao trabalho do mais novo papai. Ele desceu, nos abraçamos, beijamos, e mostrei a primeira foto desse serzinho que já amamos tanto.


Dois dias depois fui no meu médico da FIV, fizemos outra ultra, vimos o coração bater, mas não ouvimos. Fiquei meio decepcionada porque queria que meu marido ouvisse, mas não rolou. O médico então me liberou pro pré natal e ali acabava nossa relação de 1 ano de fé e amor. Dei beijos e abraços nas atendentes, recepcionistas e em todos que encontrei na rua! Mentira! Mas bem que poderia!

Estava radiante! O mundo estava mais bonito! Nós fomos abençoados. Seremos pais.


Nosso filho será surfista acrobata, sim ou com certeza?


A looooooonga espera pelo Positivo

Prometi a mim mesma que dessa vez não faria ABSOLUTAMENTE NADA de atividade física até o dia do exame de sangue. E assim o fiz.

Parei Acroyoga, não dei aula de Neopilates, não fiz yoga (só meditação), não caminhei na praia por pelo menos uns 5 dias. Fiquei na cama improvisada na sala, lendo, trabalhando na parte administrativa do meu negócio, falando com minha família pelo celular, vendo tv... me distraindo de alguma forma. Nem da cozinha eu cuidava. Meu marido trazia almoço da rua todo dia. Fiz uma semana de repouso absoluto.

Sim, pode parecer exagero, mas me comprometi com esse propósito, e fiz. Podem me julgar.


Fiz uma diário sobre os sintomas que tive nesses dias de espera, mas o mais gritante é a ansiedade. Li muitos blogs, muitas histórias como a minha, e por isso resolvi escrever a minha própria. Um dia mostrarei para meus filhos como amei, tive fé e coragem para concebê-los. 

Foi uma fase em que me senti muito sozinha. Apesar da minha irmã e da minha mãe saberem, às vezes parecia que estava sobrecarregando as pessoas com esse assunto, com meus medos. Achava que meu marido não aguentava mais me ouvir falando disso.

Então, ler as histórias de quem já tinha passado por isso me ajudava...

A seguir, meu diário dos sintomas, das bobagens que fiz, dos remédios que tomei, tudo. 

Diário pós TEC:

Medicamentos diários:

Primogyna 2mg - manhã e noite
Ultrogestan 200mg - manhã, tarde e noite
DTN fol - manhã
AAS infantil - manhã

D0 (sábado - 21/1/17) - dia da transferência. Nenhum sintoma. Repouso absoluto.

D1 (domingo) - cólicas leves constantes. Mantive repouso. Levantei só pra comer e tomar banho. Tomei 2 advil (NÃO TOMEM!! É PROIBIDO!! Eu que fiz merda mesmo)

D2 (segunda) - dor de cabeça leve à tarde. Meditei, trabalhei sentada no computador de manhã. Repouso à tarde.

D3 (terça) - cólica leve o dia todo. Algumas pontadas mais fortes, principalmente à tarde - cama o dia todo.

D4 (quarta) - cólicas leves no fim da manhã. Dor de cabeça e cólica leve à tarde. Dormi muito mal. De manhã lavei roupa, estendi, fiz almoço e lavei louça. Deitada a tarde toda.

D5 (quinta) - cólicas fortes do meio pro fim da manhã. Dor profunda no baixo ventre. Tonteira no almoço (o clima tá muito quente), fraqueza e indisposição. Levantei pra fazer o almoço. Seios doloridos. Subi escada duas vezes.

D6 (sexta) - insônia e noite. Manhã sem sintomas, só um leve enjôo matinal. Arrumei o armário e fiz almoço. Subi e desci escadas 3 vezes. Á tarde, pontadas estranhas do lado esquerdo. Dor de cabeça leve. Gases. Bicos dos seios doloridos. Ansiedade.

D7(sábado) - insônia de novo.Praia de manhã. Cólicas no almoço e à tarde. Tomei 2 advil (REFORÇO QUE NÃO TOMEM). Seios doloridos, tonteira, irritabilidade.

D8 (domingo) - tive dor de dente intensa de madrugada e foi aí que descobri que advil NÃO PODE! Descobri que é abortivo e causa má formação. Fiquei mal o dia todo.Acordei enjoada. À tarde senti cólica, tonteira e dor de cabeça leve. Mal estar (pode ter sido emocional), a dor nos seios diminuiu um pouco. Ansiedade. À  tarde senti tonteira, arrepios, indisposição. Medi a temperatura e tava 37 graus, Tomei um paracetamol. (VI que a temperatura alta pode ser bom indicador)

D9(segunda) - dormi muito bem e acordei bem disposta. Passei a manhã na rua e fiquei muito cansada. Tomei um paracetamol à tarde por causa de dpr de cabeça intensa. Muita tristeza e angústia à noite.

D10 (terça) - fiz um teste de farmácia coma  primeira urina da manhã e deu positivo!!! Fiquei radiante, sem acreditar!! Uma cruz beeeem leve apareceu, mas tava láááá!!! Dei aula de manhã e senti muita cólica. Passei a tarde deitada em casa. Cansaço nas pernas e fadiga. Cólicas intensas.

Olha a cruz aí, gente!!!

D11 (quarta) - acordei super cedo. Enjoada no café da manhã. Comprei outro teste de farmácia e fiz com a segunda urina e deu positivo de novo (entre 1 e 2 semanas - aquele clear blue). Aniversário da mina mãe, e ela ganhou de presente essa foto linda!!! Senti muita fraqueza no almoço. Passei a tarde deitada. Cólica bem no baixo ventre a tarde e uma borrinha caramelo bem leve.

Coça o olho e vê de novo!! É verdadeeee!!!


D12 (quinta) - dia do beta. Fomos juntos ao laboratório. Dei aula de manhã.Senti cólicas e passei o resto da tarde deitada. O resultado saiu as 17h. Entrei na internet e vi lá que estava disponível. Liguei pro meu marido e ele disse pra só abir com ele em casa. Senhooooorrrr!!! Achei que ia morrer!! Não demorou muito e ele chegou super ansioso!! Abrimos e lá estava o resultado!! Valor: 145!! Abraços, beijos, orações de agradecimento e muito amooooorrr!! Comemoramos com pizza!!!

D13 (sexta) - reunião com minha equipe de manhã e o resto do dia deitada. Enjoei de ovo, tapioca e queijo (tudo que sempre comi). Poucas cólicas. Passei meus horários de aula. Só vou manter 2 aulas por semana.

D14 (sábado) - passamos a manhã arrumando as coisas em casa. Senti cólicas e passei a tarde deitada.

D15 (domingo) - prainha de leve. Churrasquinho em casa. Dor de dente de novo. Sem cólicas . 2 paracetamol pra aliviar a dor. Preciso demais arrancar esse dente, mas só depois que meu médico me liberar!

D16 (segunda) -  consegui comer ovo depois de tanto tempo. Senti cólicas fortes de manhã depois de tentar passar roupa. Melhor ficar quieta. Passei a tarde de repouso e tomei 1 buscopan pra aliviar.

D17 (terça) - dei aula de manhã e foi tranquilo e à noite fui ao estúdio me despedir dos meus alunos e foi tranquilo. Fui ao meu GO pra começar o pré natal. Achei que ia fazer a primeira ultra, tava super ansiosa!! Levei meu marido comigo. Mas chegando lá ele só me mandou fazer um monte de exame e me deu o pedido pra ultra.

D18 (quarta) - fui à praia cedinho caminhar com meu marido. Uma delícia. No fim da tarde senti cólicas intensas mesmo tendo ficado de repouso durante a tarde.

Passei o restante dos dias nesse reme-reme de cólicas e dias bons.

Consegui marcar meu médico da FIV dia 23/3/17, mais de um mês depois, pois ele estava viajando. Ele deixou uma médica para um SOS, mas não vou negar que me senti um pouco mais ansiosa por não conseguir falar com ele. Ele sempre foi muito acessível, inclusive por whatsapp. Minha sorte é que não senti nada demais.




segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Ano Novo, nova chance

2017 começou muito bem! Fizemos uma festinha bem VIP só com uns casais bem amigos mesmo. 

Aproveitamos o dia 31 de dezembro com força! Muita praia, muita cerveja! Daquele jeito!!
Viramos o ano na praia, entre amigos, só amor, pulamos ondas, ficamos sozinhos, fizemos promessas de nos amar sempre, independente das barras que enfrentaríamos nessa vida louca.

Seguindo o conselho do meu médico, parei o anticoncepcional no dia primeiro.

No dia 4 fiquei menstruada. Ele me mandou iniciar o Ultrogestan 3 vezes por dia e o Primogyna 2 mg, 2 vezes por dia. Fui umas duas vezes no consultório pra fazer a ultra e marcamos a transferência. Seria um sábado. Na última visita fizemos um procedimento que não me lembro bem o nome, mas era uma raspagem no útero pra deixar tipo uma caminha pros embriões ficarem melhor. Doeu, mas nada demais, foi na clínica mesmo, e me deixou com cólica o resto do dia. 

Organizei tudo em casa, no trabalho, pedi substituição para não ter que dar aula. Contei para o mínimo de pessoas possível, somente o necessário mesmo.

Dia 21/1/17 chegou. Fiz uma promessa com meu marido de que até o dia do beta não iríamos beber uma gota sequer de álcool.


Cheguei à clínica e tomei  um chá de espera. Ao chegar, a energia boa do meu médico tirou toda a ansiedade que eu sentia. Ele me deu um beijo na testa e disse bem confiante: "Dessa vez, vai!" Estávamos todos acreditando muito!

Fui colocar meu avental e fiz uma ultra pra ver a bexiga. Tava cheia demais!hahahah Voltei pra fazer um xixi e enfim fui pra sala para ser preparada pra transferência. Pela primeira vez eu e meu marido fizemos uma oração juntos. Pedimos a Deus que nos ajudasse a aumentar nossa família!

Uma menina muito delicada fez a limpeza da região, porque o ultrogestan fica saindo e deixando tudo melecado de branco.rs As biomédicas estavam empolgadas com nossos lindos embriões de 3 dias, um de 12 e outro de 8 células. 

E lá vem o doutor com seu ritual de entrar com o pé direito na sala, quase morri de rir, já tava tão acostumada com aquela situação que me sentia confortável. Em seguida meu marido lindo entra e se posiciona do meu lado esquerdo, no mesmo lugar de sempre, aperta minha mão com tanta força que parece que vai quebrar meus ossinhos. Do lado direito a Tv do ultrasson mostrando meu útero e a bexiga., a tv da frente mostrando os bebezinhos que entrariam ali.

Fechei os olhos e rezei, rezei muito. As lágrimas escorriam mesmo sem eu querer. Deixaram só eu e meu marido ali naquela salinha por uns bons 20 minutos. Nos amamos com os olhos, nos beijamos, apertamos, rezamos, concebemos nossos filhos. Foi lindo, mágico, intenso.

Das outras vezes eu estava tão nervosa que não curti esse momento. Dessa vez foi diferente. Sentimos a presença de Deus ali, naquele momento.

Depois passamos mais uma horinha no quartinho e fomos liberados.

Fizemos nossa viagem de volta com muito cuidado. Passei o resto do dia na cama, sendo mimada pelo  meu amor.

Mantivemos os remédios, só acrescentamos o AAS infantil, 1 vez ao dia.

Aqui começava a longa espera pelo beta. Seriam os 12 dias mais longos da minha vida.