domingo, 4 de junho de 2017

5 meses - 21 semanas

21 semanas e 5 dias,



Doideira contar o tempo assim, né? Coisa de grávida mesmo, a gente é tudo diferentona.

Depois que passei das famigeradas 12 semanas, tudo melhorou.

Já não enjoo mais com frequência, só muito de vez em quando. Pelo contrário, sinto uma fome de leão! O sono melhorou muito, a disposição voltou. Já voltei a praticar Neopilates, caminho 3 vezes por semana, faço drenagem 2 vezes por semana e yoga 2 vezes. A vida tá corrida, mas tá boa.

Meu corpo está completamente diferente, mas já tô me acostumando a ser mais pesada mesmo.

Cólicas, sinto poucas. Parecem mais gases e às vezes parece que o útero tá esticando e por isso que dói. Gosto de pensar positivamente. Quando dói eu paro. Deito, respiro, e passa.

Engordei 5 kg até agora, na última consulta tinham sido 3,5 kg. Não tomei esporro do médico, mas vamos ver dessa vez. Refiz meus exames sanguíneos e estou com anemia, acho que vou começar a tomar ferro.

Essa semana tem morfológica e consulta. E sexta entro de férias. Ufa! Respira por mim, alguém??

Tá puxado!


Já sinto o Lucas mexer bastante. Ele me chuta com frequência e gosto bastante da sensação.

Fora a fome e as mudanças externas, a vida está bem normal, ou seja, bem corrida. Portanto, estou bem ansiosa pelas férias pra curtir um pouco mais esse momento mágico. Que só eu acho, a maioria das pessoas acha nada demais estar grávida.

Fiz duas viagens já - Lucas será do mundo. Fomos a Santos de ônibus, que dá uma noite de viagem, e fui a Natal de avião, são 3 horas de vôo. Foi desconfortável, porém tranquilo. Já estou fazendo uso da minha condição para conseguir prioridade em filas e ajudinhas com o peso.

Não comprei muita coisa pro meu filho porque ganhei muuuuuita coisa. Roupinhas, bebê conforto, carrinho, redinha, berço de tela, já temos. Quartinho pronto, não temos ainda. Mas teremos, pós férias.

Não sei se terei tempo de voltar aqui pra contar das consultas dessa semana, mas volto depois, com certeza. Por hora, deixo como registro as fotos da evolução da barriga e uma postura linda que fiz com meu marido pra mostrar pro Lucas como os pais dele sempre foram radicais.

Té breve!


Barriga, peitos e sorriso, tá tendo!




Foto de um ensaio com a Chaynala Moret


Carta para meu filho

Filho,

Há exatos 3 meses estamos juntos.
Vivendo em simbiose. Desenvolvendo, crescendo e amadurecendo. Juntos.

Queria eu poder escrever algo fugindo de todos os clichês da maternidade. Mas como fazer isso, se pela primeira vez todos eles fazem sentindo pra mim?

Já te amo tanto! E que amor é esse? Platônico? Não te vi, não te conheço, não consigo visualizar suas formas na minha imaginação. Eu tento, mas parecem imagens borradas de algum bebê que já vi em algum lugar. Não é você.

Te amo antes de tudo isso. Te amo desde que você era um amontoado de células se dividindo dentro de mim. Quando você não tinha forma ainda. Te amo desde que você tinha 8 células, 3 dias de vida e apareceu pra mim numa TV.

Todo esse amor inexplicável que só aumenta. Cada vez que tenho a oportunidade de ouvir seu coração. De ver uma imagem borrada um tanto surreal numa tela em preto e branco, em uma sala gelada, cada movimento seu entrou na minha memória para sempre.

Cada mudança no meu corpo, na minha mente e na minha vida. Estamos mudando juntos. A cada dia. Já não imagino minha vida sem você.

Sei que não somos um. Matematicamente não nos pertencemos, estamos contidos um no outro. Somos um interseção de conjuntos: eu, você e seu pai.

Estamos juntos nessa aventura que se chama vida.

Estamos nos preparando para te apresentar o mundo. O nosso mundo. E te ajudar a escolher o seu.

Sei que temos muito pela frente. Todos nós. Que ainda vamos precisar uns dos outros por alguns anos, mas de alguma forma a vida irá nos separar.

Seja por nossas escolhas, ou pelos ciclos inevitáveis de vida e morte. Mas nesse momento, meu amor, só desejo que você tenha força, que lute, cresça e se desenvolva saudável.

Estamos te esperando com tanto amor que não saberíamos explicar ou mensurar.

Te alimentarei, te vestirei, te cuidarei, te amarei, e farei tudo isso de graça, sem te cobrar nada. Simplesmente pra ter a alegria de ver o teu sorriso ao descobrir como é bom ter uma vida, ser amado, sentir.

Quero ser uma boa mãe pra você. Mas cometerei muitos erros. Não me julgue, serão por não saber como lidar com esse amor novo e assustador. O desconhecido paralisa, cega, desespera.

Já te demos um nome, espero que goste de ser chamado de Lucas. Provavelmente usarei pouco esse nome, te chamarei de meu amor, meu príncipe, meu filho! E não se assuste com esse pronome possessivo, MEU. Porque na verdade do pertencimento, eu que serei SUA.

Te amo eternamente,

Mamãe 
21/4/17