sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Terceiro Trimestre - 32 semanas - 8 meses

Dá pra acreditar? 8 meses. Gerando, mudando, amando...

Nem sei por onde começar... 

Parece que regredimos. Acabou aquela fase deliciosa onde a barriguinha era INHA, o bem estar era ÃO e a vida parecia que seguia sorrindo pra mim.

Voltamos à fase do mal estar. São sintomas diferentes, mas são tão ruins quanto no início.

Azia é uma coisa chata demais. Penso várias vezes que infeliz a vida de quem tem isso com frequência. Eu só fico mais tranquila porque tenho CERTEZA de que vai passar. Não é nada agradável a queimação, o vômito na beira da goela, sai não sai. Você tem até medo de comer. Come cedo pra poder dormir, ou então esquece. Se for a uma festinha, cuidado! Pode ser a pior noite da sua vida. Já tive que dormir sentada, acredite.

O cansaço também deu as caras. Cansaço ou preguiça? Sei lá. Chamaremos de diminuição da disposição. Pois bem, continuo amando ir na drenagem e na Yoga, mas falto o Neopilates com frequência, não caminho mais 3 vezes por semana e desisti de entrar na hidroginástica com a desculpa de que agora tá tarde pra isso.



Na real, me sinto tão cansada com as tarefas simples do dia a dia, que já acho lavar a louça, fazer comida, dirigir, ir ao mercado e resolver alguma pendência doméstica um puta trampo. Chego morta em casa. 

Comecei a meditar mais frequentemente. Descansar a mente que tem trabalhado mais que o corpo. Tem sido excelente...

Meu corpo está COMPLETAMENTE mudado, assim como eu. Mas vamos nos deter um pouco na parte física.

Estou com 12 kg a mais. Não pareço gorda, mas tenho um barrigão, uma papada, braços roliços, gordurinhas sobrando nas costas e muitas, muitas, celulites. Meu quadril alargou, de tal forma que meus shorts e calças, mesmo com extensor de barriga, me incomodam um pouco, pois já apertam nas coxas. Minhas bochechas escondem meus olhos quando eu rio. Não sinto dores nas costas, a não ser que tenha uma pilha de louças enorme, ou lave 50 mini roupinhas de bebê na mão. Aí sinto na hora, mas sempre passa.

Continuo com um excelente alongamento e parece que tenho zero de força. Mas tento manter os exercícios nos dias que acordo mais disposta. Não tenho dificuldade em calçar sapatos, mas sento pra me vestir ou me despir com medo de cair.

Não sei o que é dormir bem. Há semanas, talvez meses... não lembro. Considero um treinamento pras noites insones que vem por ai... Cada vez que tenho que mudar o lado e carregar o meu travesseiro de barriga (um que elegi exclusivamente para apoiar embaixo da minha barriga), acordo. Sono leve. Sinto Lucas me chutar, mexer, se esticar, buscar espaço. Não está confortável pra ele também e ele faz questão  de me avisar. O xixi noturno até que diminuiu a frequência, mas a mamãe esperta já não bebe um copão dágua antes de dormir e faz xixi sempre antes de ir pra cama.

Falando em treinamento, começaram as contrações de treinamento. A barriga fica dura, muito dura. É um tanto assustador. Duram pouco e a maioria não dói. Algumas são precedidas de dores e pontadas no quadril, púbis e na vagina. Fui bater no PS com medo de estar em trabalho de parto, paguei de louca mesmo. 

Emocionalmente estou uma montanha russa.

Vivo um amor tão grande que não consigo mensurar. Tem dia que nem queria que ele saísse, pra ser só meu. Ás vezes fico tão estressada com os palpites alheios que tenho vontade de sumir com meu filho. Só nós dois. Tem dias que estou tão frágil que parece que vou quebrar, me desmilinguir e sumir no ralo do banheiro. Choro copiosamente, por nada e por tudo. Tenho medo demais de tudo o que vem pela frente, do monstro chamado Puerpério, de não conseguir amamentar, de explodir de tão gorda, de errar tudo e ser uma mãe louca que não quer nem que o filho namore ou vá brincar na rua, tenho medo de não conseguir parir. Tenho medo dessa dependência. Nunca ninguém dependeu tanto de mim. Até meus cachorros se viram se eu não puder cuidar deles um dia. Mas o Lucas não, ele me faz comer na hora certa, tomar remédio na hora certa, dirigir com mais precaução, ser o mais saudável possível e controlar todos esses sentimentos. Só porque ele depende de mim.

Irritada com os palpites alheios, mas também tentando não me informar tanto pra não alimentar a ansiedade. 

Amo tanto essa criança que às vezes parece doença.

Clinicamente normal, sem alterações. Psicologicamente insana.

Assim entro no oitavo mês de gestação.