segunda-feira, 10 de julho de 2017

Cada um sabe a dor e a delícia... de gerar uma vida!

Tão louco.

Às vezes me pergunto se são os hormônios. Algumas vezes me culpo e choro. Outras vezes dou risadas verdadeiras desses pensamentos...

Quais? Tenho vergonha de falar. Escrever talvez me permita expor. Posso tentar. Tenho medo de ser incompreendida. Tenho medo de parecer uma péssima mãe antes mesmo de meu filho nascer. Medo de soar egoísta.

Mas são tantas mudanças. É tudo tão novo e estranho.

Quando a barriga não existia eu me sentia mal. Não parecia grávida. Não me sentia grávida. Só me sentia mal. Muito mal. Rezava todos os dias pra ver minha barriga crescer. Estufava ela pra tentar imaginar como eu ficaria.

Aí ela cresceu. E foi rápido. Bem de repente mesmo. E não parou mais de crescer. E meu corpo todo mudou. Larga. Peituda. Barriguda. Celulite.

Desequilibrei. Literalmente.

Não consegui fazer coisas que fazia com facilidade. Passei a sentir dores articulares quando forçava uma caminhada muito longa. Percebi os pés inchando com mais frequência. Não senti vontade de ficar de cabeça pra baixo como sentia.

Chorei. Duvidei que um dia possa voltar a ser magra, forte, alongada, definida...

Mas aí vieram os chutes. As cambalhotas. Os soluços. As definições dos órgãos bem formados na ultra. Nossa relação afinou. Sinto meu filho mais do que nunca.

Pensei: dane-se! Quero ele forte. Grande. Feliz. Mexendo e quicando.

Deixei que as pessoas falassem: "como tá grande", "como tá redonda", "como tá alta", "você não conseguirá ter parto normal" e toda a sorte de frases que as pessoas amam falar pra grávidas. Pois falem. Continuem.

Meu corpo mudará o quanto for necessário. E como consequência terei o amor incondicional de um serzinho que vai me chamar de mãe.

Pra mim isso basta. Só eu sei o quanto isso basta.


Mas de vez em quando continuo chorando... e me permito chorar já que ainda não consegui entender.